Depressão, Preconceito e Elias

Depressão, Preconceito e Elias

Texto publicado originalmente no blog “Jung no Espirito Santo”

Há algum tempo fiz uma palestra para a organização “Mulheres Cristãs em Ação”, da Igreja Batista da Praia do Suá em Vitória, com o tema “Depressão, Preconceito e Elias”. A palestra tinha como objetivo refletir, sucintamente, sobre depressão e combater o preconceito sobre a temática, que era/é comum no meio evangélico. Recentemente, num curto período de tempo acabei fazendo várias referências a esse texto/palestra, o que acendeu o desejo de revisitar e ampliar o texto.

Passados 10 anos desde a palestra, acompanhamos muitas mudanças nesse cenário. Vimos líderes religiosos falarem abertamente de sua experiência pessoal com a depressão, ajudando a combater preconceito. Contudo, ainda no meio evangélico, especialmente nos ramos pentecostal e neopentecostal, ainda há muito preconceito com os transtornos mentais, atribuindo sua causa à falta de fé ou a algum pecado. Pensar a depressão a partir da bíblia, mais propriamente a partir da figura de Elias, se torna importante para enfrentar o preconceito em relação a esse e outros sofrimentos psicológicos, aproximando e contextualizando o público religioso para acolher melhor as pessoas que sofrem de depressão.

Na narrativa bíblica temos personagens que, possivelmente, sofreram de episódios de depressão, como Jó, Jeremias, Saul dentre outros, mas a situação de Elias é a mais emblemática. Assim, vamos retomar um pouco da narrativa sobre Elias para podermos pensar os preconceitos.

A Depressão

A depressão atravessa a história da humanidade, com diferentes termos, mas apontando para o mesmo conjunto de sintomas. Hoje, a depressão é uma popular ao se referir a transtornos depressivos que se caracterizam pelo

humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo. O que difere entre eles são os aspectos de duração, momento ou etiologia presumida. (APA, 2014, 155)

As características vão variar de pessoa para pessoa, mas no geral há um sofrimento e dificuldades do Ego (centro da consciência) em manter suas funções. De forma geral, essa dificuldade se caracteriza pela perda acentuada da energia disponível na consciência e perda de prazer. Essa dificuldade geralmente é descrita como:

– Perda de interesse
– Alterações no Sono (dorme demais ou tem insônia)
– Alterações no apetite (come muito pouco ou come muito)
– Dificuldade de concentração
– Lentificação das atividades físicas e mentais (demora a responder aos estímulos)
–  Sentimento de fracasso, inutilidade, culpa e com julgamentos negativos acerca de si.
– Pessimismo,
– Indecisão, dificuldade de tomada de decisões.
– Isolamento
– Inquietação, irritação
– Choro sem motivo específico ou não conseguir chorar.

A depressão não possue uma causa definida, assim é multifatoral, tendo causas históricas, relacionais, adaptativas e endógenas (fisiológias). Essas causas endógenas estão associadas a doenças como hipotireoidismo, apneia do sono, baixa testosterona no homem, etc..), a perdisposição genética, estaria relacionada aos componentes externos. Independente da natureza, endógena ou reativa, inspira cuidados psicoterapêuticos e psiquiátricos conjugados.

No cenário junguiano não temos material focado na depressão, pois há uma compreensão que ela é uma expressão de processos adaptativos (internos e externos) e defensivos que culminaram numa alienação do ego e no empobrecimento simbólico, ou seja, quando seu eu consciente e inconsciente se afastam, resultando em um agir de maneira inautêntica ou desconectado de quem realmente se é. Esse movimentoNeste caminho se percebe na diminuição da energia disponível ao ego. O aspecto descritivo (impessoal) para a Psicologia Analítica tem pouca relevância frente ao caso individual. Cada depressão é única, pois é a expressão de uma psique em sofrimento e, por mais similares que sejam os sintomas, deve ser compreendidos a partir da vida de cada indivíduo.

Depressão e Elias

Elias foi um dos mais importantes profetas do Antigo Testamento. A bíblia oferece poucas informações sobre sua história, apenas momentos específicos. Contudo no capitulo 19 do livro de I Reis, a descrição de seu sofrimento nos permite fazer algumas inferências e extrapolações. Vejamos o que diz o texto,

1 –  Ora, Acabe contou a Jezabel tudo o que Elias tinha feito e como havia matado todos aqueles profetas à espada.
2 – Por isso Jezabel mandou um mensageiro a Elias para dizer-lhe: “Que os deuses me castiguem com todo o rigor, caso amanhã nesta hora eu não faça com a sua vida o que você fez com a deles”.
3 – Elias teve medo e fugiu para salvar a vida. Em Berseba de Judá ele deixou o seu servo
4 – e entrou no deserto, caminhando um dia. Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou, pedindo a morte. “Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados. ”
5 – Depois se deitou debaixo da árvore e dormiu. De repente um anjo tocou nele e disse: “Levante-se e coma”.
6 – Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo.
7 – O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: “Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa”.
8 – Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até que chegou a Horebe, o monte de Deus.
9 – Ali entrou numa caverna e passou a noite. E a palavra do Senhor veio a ele: “O que você está fazendo aqui, Elias? ”
10 – Ele respondeu: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me”.
11 – O Senhor lhe disse: “Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar”. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto.
12 – Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave.
13 – Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna. E uma voz lhe perguntou: “O que você está fazendo aqui, Elias? ”
14 – Ele respondeu: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me”.
15 – O Senhor lhe disse: “Volte pelo caminho por onde veio, e vá para o deserto de Damasco. Chegando lá, unja Hazael como rei da Síria.
16 – Unja também Jeú, filho de Ninsi, como rei de Israel, e unja Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, para suceder a você como profeta.
17 – Jeú matará todo aquele que escapar da espada de Hazael, e Eliseu matará todo aquele que escapar da espada de Jeú.
18 – No entanto, fiz sobrar sete mil em Israel, todos aqueles cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal e todos aqueles cujas bocas não o beijaram”. (BÍBLIA, I Reis 19:3-18, 2000),

Para entendermos esse momento da vida de Elias, devemos lembrar o que aconteceu no capítulo anterior do livro de I Reis, nele o profeta Elias fez um desafio a 450 profetas de Baal, propondo que cada um clamaria a seu Deus. Aquele que respondesse ao clamor, mandando fogo sobre o holocausto seria o Deus verdadeiro. Assim, após meio dia de súplicas, os profetas de Baal não obtiveram resposta; foi quando Elias começou a orar e logo teve resposta e caiu fogo do céu e consumindo todo o holocausto. Diante do milagre, o povo que estava ali presente ficou maravilhado e matou os 450 profetas.

Apesar desse milagre, Elias, que esperava uma conversão do povo, ficou decepcionado por isso não ter acontecido. Muito pelo contrário, ele recebeu a notícia que de uma sentença de morte contra ele foi expedida pela rainha Jezabel. Isso desencadeou um temor pela vida e um processo depressivo. Então, o sentimento de vazio e inutilidade tomou conta.

Diante desta situação de ameaça de morte e frustração, Elias teve medo e fugiu para o deserto, o que podemos compreender como uma representação de como esta se sentindo internamente. O Versículo 4 descreve sua passagem pelo deserto.

4 – e entrou no deserto, caminhando um dia. Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou, pedindo a morte. “Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados.”

Nessa passagem temos três fatos importantes:

1 – Ele ora: mesmo em seu estado depressivo, Elias não deixou de acreditar, não perdeu a fé, apesar da decepção e a descrença em si mesmo e no povo, isso não significou uma perda da relação com Deus . Essa é uma reflexão importante, pois pessoas em estado depressivo quando oram, buscam a espiritualidade, e o fazem, muitas vezes, com uma fé verdadeira e intensa. Contudo, a perda de contato interior e a fragilidade egóica diante sentimento de vazio impedem a percepção de possíveis respostas, de modo a deixar o indivíduo ainda mais desamparado.

2- Ele pede para ter a vida tirada: A falta de perspectiva de futuro não signfica a perda da esperança. Elias ora pedindo para cessar o sofrimento, enxergando a morte como única saída. Isso difere do que seria a ideação suicida, pois Elias não planeja a própria morte, nem tem o ímpeto de tentar tirar a própria vida, como foi com Judas Iscariotes que, diante do desespero e da culpa, tirou a própria vida. Na maior parte das vezes, pacientes depressivos falam que gostariam morrer, mas isso, na realidade, significa o desejo de sair dessa situação de sofrimento.  

3 – Ele se sente inferior aos antepassados: Outro sintoma presente é a autodepreciação. Na qual o indivíduo percebe ou potencializa apenas seus defeitos. No caso, quando ele fala de não ser melhor que os antepassados dele, certamente, ele fala dos pecados dos antepassados e o quanto ele não merecia viver.

Na sequência, ele dorme, até que um anjo vem despertá-lo. A alteração do sono é um sintoma muito comum: uns dormem demais, outros sofrem de insônia, trocando o dia pela noite. A figura do anjo também é muito importante, pois o anjo o toca por duas vezes trazendo a comida, contudo essa presença não é assimilada. Na depressão, a elaboração simbólica é comprometida, ou seja, os símbolos e eventos simbólicos que seriam significativos não são elaborados – assim, o ego não se afeta ou se transforma.

Exemplos de fé (4): o profeta Elias - Opus Dei

No caso de Elias, o cuidado divino (o zimbro/giesta para descansar, o alimento e água, a caverna, como veremos adiante) estava presente, mas ele não era capaz de, naquele momento, perceber e elaborar esse cuidado. Esse é um ponto fundamental, pois é injusto cobrar que a pessoa deprimida tenha essas percepções e elaborações, isso porque, nesse momento, ela não consegue. Podemos por outro lado, apontá-las, nomeá-las, mas não cobrar.

A psicoterapia, nesse contexto, se apresenta como um espaço seguro, no qual o paciente pode relatar suas vivências, sem ser julgado ou cobrado.

O sofrimento de Elias continuava! Ele caminhou pelo deserto durante 40 dias e 40 noites, até chegar em Horebe. É extremamente comum nas mitologias e tradições religiosas haver um ou mais montes sagrados. As montanhas simbolizam uma elevação espiritual, o encontro com a divindade.

Devemos notar que chegando ao lugar sagrado, ele encontra uma caverna. Simbolicamente isso é muito importante. Mesmo nesse lugar sagrado, há espaço para a caverna, isto é, para a depressão. Não apenas o profeta sofria do mal, mas no monte sagrado havia um lugar preparado para receber o profeta em depressão.

Já estando na caverna para passar a noite, Deus fala com ele e propõe uma questão fundamental: “O que está fazendo aqui, Elias?”. Ao que ele responde sobre o drama que via e vivia no reio de Israel.

Na sequência, há uma das cenas mais interessantes descritas na Bíblia, que é essa revelação:

11 – O Senhor lhe disse: “Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar”. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto.

12 – Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave.

13 – Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna. E uma voz lhe perguntou: “O que você está fazendo aqui, Elias? ”

O texto apresenta três manifestações de força : tempestade, terremoto e fogo. Na perspectiva de Rodolf Otto, teólogo e filósofo alemão, onde o sagrado seria compreendido como o mistério tremendo e fascinante ( mysterium tremens et fascinans), essas manifestações corresponderiam ao aspecto tremens ou aterrorizante do sagrado.  É interessante, refletir que Deus não se apresentou como o “Deus Terrível” ou o “Senhor dos Exércitos”, expressão de grandeza e força. Assim, entende-se que a reconstrução do eixo
ego-Self, o voltar a se conectar consigo mesmo por meio do sagrado interior, não se dá pela força ou ímpeto, mas pela seguraça e afeto.

Após a manifestação da força, Deus se revela no murmúrio de uma brisa suave, mostrando que no calor do deserto, ela é um afago. A brisa, traz a noção do afeto compassivo e restaurador. Diante deste afeto, da serenidade e da brisa, Elias pode se colocar diante Deus, saindo da caverna.

Quem atravessa a depressão sofre muitas cobranças: que ele tenha coragem, que ele tenha fé, que ele faça isso ou aquilo, como se o processo de cura se desse pela força. Apesar das dificuldades, o tratamento precisa ser um caminho suave como a brisa, com afeto e paciência.

Na pergunta “O que você está fazendo aqui, Elias?” podemos entender que a repetição da indagação tem mais relação com a forma como ele responde, do que com o conteúdo, em si, da reposta. Podemos fazer uma analogia com a repetição da pergunta de Cristo a Pedro, “Simão, você me ama?”: essa repetição aponta para a necessidade de uma reposta profunda, refletida e verdadeira, que expresse o indivíduo em totalidade.      

 Assim, a perguta assume um caráter existencial, que poderia ser desdobrada em “onde você está em sua vida e o que você faz dela?”. Essa pergunta é o desafio subjacente à depressão: compreender a função da depressão, para onde ela aponta, e o que ela pode nos ensinar. Sem isso, os eventos simbólicos, a integração da personalidade e a possibilidade de cura não se realiza.  Pois nessa pergunta reside a possibilidade de direcionamento, como vemos no texto bíblico.

Após a reposta de Elias, Deus aponta o caminho que ele deveria seguir, que é retomar o caminho e ungir Hazel, Jeú e Eliseu. Essa ordenação tem um caráter importante, pois atribue um sentido e um propósito a sua vida. Assim, com essa ordenação, as funções proféticas de Elias são restauradas.

No último verso, há uma revelação de que ainda havia 7 mil que continuaram fiéis em Israel, trazendo um sentido de pertença, de solidariedade e de não estar só. Contrapondo o sentimento de vazio, solidão e isolamento ocasionados pela depressão. Mesmo que Elias tivesse que retornar outros 40 dias, já não se sentiria só, nem sem propósito.  O tempo atravessa todo o texto, assim é importante perceber a paciência necessária nesse acompanhamento. A sensação de estar em si, de estar inteiro e poder estar genuinamente em relação com Deus marca essa etapa do longo caminho de volta.

 Depressão e Preconceito

Temos vários preconceitos associados em relação aos transtornos mentais, contudo vamos apontar aspectos relacionados à depressão que, frequentemente, aparecem no meio religioso. Nesse sentido, podemos pensar duas categorias de preconceitos:

1ª Em relação a natureza da depressão;

Em relação a natureza da depressão, muitos religiosos a associam a falha moral, preguiça, falta de fé, o diabo/demônio na vida do individuo. A narrativa sobre Elias aponta exatamente na direção oposta a essa percepção.

James Hollis, analista junguiano, comenta “os dogmas religiosos podem tanto sustentar quanto conter os movimento da psique” (HOLLIS, 2005 p.88). Ou seja, a vivência da religião/religiosidade pode auxiliar e potencializar os processos curativos da psique ou, por outro lado, fortalecer os processos defensivos e dissociativos, favorecendo o adoencimento. Acredito que a informação, compreensão, especialmente por parte dos líderes religioso, favoreceria muito a vivência da espiritualidade como fator de cura no processo depressivo.

A vivência da espiritualidade com narrativas, a imagética e a ritualística podem fornecer símbolos que favoreçam o ego no processo de elaboração simbólica, desde que o ambiente seja seguro (isto é, sem cobranças, exigências e acusações).

2ª Ao tratamento

O preconceito relacionado ao tratamento se refere à negação da necessidade de tratamento psicológico e psiquiátrico especializado, compreendendo que a oração, participação em cultos ou acompanhamento pastoral seriam suficientes. Na verdade, o ideal seria um acompanhamento adequado nas três esferas (psicológica, psiquiátrica e religiosa).

As críticas muitas vezes enfraquecem a rede de cuidado ou a adesão do paciente ao tratamento. Ele pode se sentir pressionado ou ainda mais frustrado, o que aumentaria o sofrimento. Muitas vezes, as “boas intenções” de membros ou líderes religiosos apenas prejudicam o processo terapêutico desses pacientes deprimidos.  

Outro aspecto peculiar esse preconceito ao tratamento é a ideia de que o mesmo deveria ser com um psicólogo cristão ou da mesma matriz religiosa. Nesse sentido, haveria uma certa confusão da função do psicólogo com a função pastoral (que na falta desta, seria projetada no psicólogo). De fato, o ideal seria que o psicólogo conhecesse nunces das principais denominações religiosas para acolher o paciente em sua vivência espiritual. Em outras palavras, o mais importante é encontrar um bom profissional.

Esse preconceito não encontra amaparo nem à luz do texto bíblico que comentamos. É interessante lembrar que, no próprio texto, Deus mandou Elias ir ungir Hazel, como rei da Síria, que não era do povo de Israel, para ajudar em sua obra. Mais adiante, vemos que Hazael declarou guerra contra Israel, de forma a combater os inimigos de Elias, segundo a vontade de Deus.

Ao longo de toda a bíblia, vemos Deus usando pessoas que não eram do povo de Israel para salva-los. Outros exemplos bíblicos, que podemos citar são: Deus usou a filha do Faraó para proteger Moisés do próprio Faraó; Davi, que quando perseguido por Saul, encontrou abrigo entre filisteus de Gate (I Sm 27), eu seja, Deus usou os inimigos de Israel para dar abrigo a Davi. No período do exílio na Babilônia, Deus usou Ciro, Dario e Artaxerxes, reis da Pérsia, para libertar o povo, restabelecer o templo e reconstruir a cidade de Jerusalém, conforme nos narram Esdras e Neemias. Outro exemplo, foi o próprio Cristo, que quando nasceu, teve que fugir de Herodes e encontrou abrigo no Egito, sendo acolhido numa terra estranha.

Por fim, entendemos que a depressão apresenta uma complexidade que expressa a totalidade vida do paciente. Esta deveria ser o foco do tratamento, devendo, assim, integrar todos campos da vida do paciente.

Referências Bibliográficas

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). DSM 5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.

Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional. São Paulo: Soc. Bíblica Internacional, 2000.

HOLLIS, J. MITOLOGEMAS, São Paulo: Paulus, 2005.

OTTO, Rudolf. (1917). O sagrado: aspectos irracionais na noção do divino e sua relação com o racional. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, 2007.

Psicólogo clínico junguiano graduado pela Ufes. Especialista em Psicologia Clínica e da Família pela Faculdade Saberes; especialista em Teoria e Prática Junguiana pela Universidade Veiga de Almeida e especialista em Acupuntura Clássica Chinesa IBEPA/FAISP; com formação em Hipnose Ericksoniana pelo Instituto Milton Erickson do Espírito Santo. É professor e diretor do CEPAES. Atua desde 2004 em consultório particular. Coordenador do Blog do Jung no Espirito Santo (www.psicologiaanalitica.com)

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